quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Esclarecimentos sobre mim

Bom ... eu realmente tinha pensando em um monte de coisas para colocar aqui, mas devido aos últimos acontecimentos prefiro fazer um post sobre mim mesma.

Não é 'post-narciso', mas sim algo que gostaria de deixar claro de uma vez por todas: eu versus relacionamentos.
Para quem não lembra (ou para quem não leu) eu fiz um post sobre o tema aqui .

Estou cansada de ouvir pessoas perguntando para mim (geralmente mulheres mais velhas: tias, amigas da mãe,..): "E os brotos?" (morri!), "Você não está namorando?", "Mas tem alguém em vista?" - Não para todas, exceto para a primeira: "tenho um pezinho de Ipê que está brotando que é uma beleza!"
Aí vem aquela para matar: "Não está namorando?? Mas quantos anos você tem?? A minha filha de 15 já está noiva!!!"
Nessas horas tudo que eu quero falar é: coitadinha da sua filha! Tem tratamento para isso, viu? Mas o que faço é dar um sorriso amarelo com aquele ar de auto-piedade.

Socorro, né??

Enfim, conforme link supracitado eu tenho uma tendência a atrair pessoas indevidas. E é uma tendência que não cai de moda nunca. Aí tem os de direita que acham que eu sou exigente demais, tem os "de-cima-do-muro" que acham que devo dar chance "só para passar o tempo" e tem os de extrema esquerda que estão comigo e concordam que eu não sou dona de nenhuma instituição de caridade!
Acho ridículo essas menininhas que não ficam sem namorado (mesmo que sejam os maiores trastes do mundo) só para estar em dia com as amiguinhas. Nem posso dizer que já passei dessa fase uma vez que nunca passei por ela! (Graças a Deus!)

Você deve estar se perguntando: se você não é exigente, qual é o problema, então?
A resposta é bem simples.
Eu seria exigente se estivesse escolhendo biotipos, títulos de nobreza (ui!), poder aquisitivo (loiro, moreno, careca, cabeludo, rei, ladrão, polícia, capitão - hahaha ... quem lembra disso??). Fato: NUNCA pensei em coisas do tipo.
Existe uma ÚNICA exigência da qual não abro mão, exigência que está muito além de beleza, classe ou dinheiro: inteligência.

Quando eu digo inteligência não me refiro aos resultados dos testes de Q.I., não me refiro aos S.E.O.s de grandes empresas ... não é inteligência adquirida, é inteligência natural.

É aquela inteligência que faz a pessoa ter uma curiosidade natural das coisas, que faz com que a pessoa se saia bem em todos os lugares ainda que não saiba os assuntos a fundo, é aquela que faz a pessoa ter sede de conhecimento, que faz com que ela saiba conduzir uma conversa ainda que o tema seja "moscas que aparecem no box do banheiro", que faça com que a pessoa saiba se portar da maneira mais digna possível em qualquer ambiente, enfim ... é desse tipo de inteligência que falo.

Citarei um exemplo disso que me veio de presente hoje enquanto pensava nesse post:

hoje eu estava no ônibus X - e para quem não sabe, transporte público para mim é quase estudo de campo - e passaram por mim 2 rapazes com cerca de 25 anos cujas vestes/aparência denunciavam que eles não pertenciam às classes mais favorecidas (algo que confirmei minutos depois).
Eles sentaram 2 poltronas depois de mim de modo que eu podia ouvir toda a conversa.

Um deles falava sobre sua indignação com "os malucos da bocada" onde ele mora. Ele dizia: "Mano, quando eu saio de manhã para trabalhar os malucos estão fumando maconha. Quando eu volto eles estão queimando pedra. Porra, depois eles ainda tem coragem de dizer: a vida não é fácil, nada dá certo. Claro que não dá certo desse jeito. E aí quando o maluco fica assim aparece um bando de drogado que ao invés de encaminhar o maluco, afunda ele mais ainda" - Nisso ele deu a localização de onde mora - que foi a confirmação do que eu disse poucas linhas acima.

Ele dizia: "Eu sempre morei lá. Vê se tô nessa. Que nada. Tá cheio de curso de graça por aí. Todos que aparecem eu faço. É só querer".

Em outro ponto da conversa ele citava o jornalista humorístico X: "O pessoal assiste e acha graça, acha que o cara é um babaca. Vai conversar 30 minutos com ele para ver quem que sai babaca da conversa." - Citei isso porque é algo que eu sempre digo. Existem programas (poucos) de humor por aí que estão cheios de ironia inteligente e o pessoal entende no sentido literal, ou seja, não entende!

Por fim ele citou um programa que assistiu sobre os presidentes do Brasil e citou a maçonaria. O colega não sabia o que era maçonaria e ele começou a explicar.
Juro. Ele ficou uns 15 minutos (aí cheguei no meu destino e não ouvi o resto) discorrendo sobre o tema. Ele explicou tudo tão lindamente (sem fazer alusões aos filmes e livros cujo tema é tão recorrente) que faria inveja a qualquer professor de história! - nessa hora ele mudou inclusive o vocabulário deixando o "manolês" de lado!
O ponto alto foi quando ele citou Garrastazu Médici! Pirei! Tem gente que nunca ouviu falar nesse nome!!

Não conseguiria usar um exemplo melhor para ilustrar o que é a inteligência a que me refiro como sendo minha única exigência para meu futuro-cônjuge!

É pedir demais??

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Segredo revelado

Faz tempo que não passo por aqui porque tempo é algo que me falta, mas para me redimir, hoje resolvi contar um segredo para vocês:

Preparados??

Gente ... sinto em lhes informar ... mas eu não sou casada com o Google.

ooooohhh ...

Sim! É verdade. Muitos pensam que eu e o Google somos casados e acreditam que eu tenho acesso exclusivo a uma área secreta do banco de dados do Google.

Não é verdade. Estou vindo a público dizer isso para acabar com todos os mitos.

O Google é uma ferramenta (Não! Não é uma pessoa!!) de busca mundial. TUDO o que você quiser procurar, você pode ir direto lá ... na página do Google (para quem não sabe o endereço é: www.google.com)

Qualquer coisa que você quiser saber: desde a cor do cavalo branco de Napoleão até extrato de conta bancária de político (nem tanto, nem tanto) o nosso amigo Google te fala!

Exemplos de coisas que você encontra no Google:

- eu não tenho um cofre em casa onde guardo a programação da OSESP nem de nenhuma outra orquestra. Digita o nome da orquestra + programação + 2010 no Google que ele te dá a resposta!
- eu não sou fabricante de linhaça dourada! Eu sei onde tem, mas o Google também!
- eu não tenho uma linha de ônibus exclusiva do Airport Service e por isso pago cerca de 10% do valor das passagens.
Todo mundo já viu esses ônibus que vão para o aeroporto por aí e sabem também que pode sair mais barato ir para lá de táxi do que nesses ônibus, certo? Errado ... tio Google te fala que existem 2 linhas do Airport Service cujas passagens custam R$3,80 e faz o mesmo caminho das outras que custam R$30 e poucos! Tchammm ... que rufem os tambores!
- Eu não sou guardiã dos episódios de House. Onde baixa?? Google te dá o caminho, honey!
- Eu não conheço todos os estabelecimentos do mundo para poder afirmar qual vale a pena arriscar ir e qual não vale. Ohh ... bola de cristal?? Google


Você deve estar cantarolando "Meu mundo caiu", da Maysa ... mas a verdade tem que ser dita!
Que? Não sabe que música é essa??
Não sabe quem é a Maysa?
Ah! Maysa você sabe! Ufa!! ... Nããããooo ... não é a Maísa do sábado animado!

Joga no Google!!


Portanto, quando você for me perguntar coisas que se iniciem por: "mas como você sabe de ...?", "onde você achou ... ?", "como faz para ... ".

GOOGLE

Be happy!




segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Há 5 anos ...

Nessa última semana a violinista canadense Leila Josefowicz esteva solando com a OSESP. Eu tinha visto o nome dela na programação no início do ano e, naquela ocasião, disse que com certeza iria assistir. Não fui.
Por dois motivos: o primeiro é que a peça que seria executada não me causou nenhuma vontade de ir: Concerto para violino de John Adams. Contemporâneo. Para quem não sabe eu não curto contemporâneo. Na verdade, eu não entendo contemporâneo e John Adams está um pouquinho longe daqui para que eu possa bater um papo com ele para que ele me explicasse a peça. Certamente não adiantaria nada, pois ele iria filosofar sobre sua composição, eu iria fazer cara de paisagem e continuaria não gostando e ponto.

O segundo motivo tem um pouco a ver com o primeiro: O Concerto de John Adams. Quando a Leila esteve no Brasil - em 2005 - solando com a OSESP eu estava presente. Na ocasião ela tocou o Concerto nº1 para violino de Shostakovich - que apesar de ser uma data próxima também, é um híbrido de neo-classico com pós-romântico e eu gosto muito!
Lembro até hoje do som do violino dela, das expressões faciais dela, lembro do sapato de salto baixo (mulheres: raça cujos olhos são atraídos para os sapatos das outras), lembro da minha expectativa para ver pela primeira vez uma violinista de verdade pessoalmente, lembro de depois do concerto querer tirar uma foto com ela e arriscar pedir no meu inglês macarrônico. A foto saiu ruim e eu tive que pedir de novo - forçando para lembrar umas duas palavrinhas que pudessem significar algo enquanto ela se dirigia para a saída da Sala. Enfim ...

O fato dela voltar em 2010 me fez voltar ao ano de 2005. Ano em que iniciei meus estudos formais (acho chique falar "estudos formais") de violino com meu prof. anterior que era da OSESP. Foi um período de ruptura com meu eu-que-estava-prestando-medicina e nascimento do meu eu-violinista. E quando olho para trás vejo o desenrolar das coisas: estudei durante 3 anos e pouco com o prof. anterior, que foi responsável pela minha iniciação na vida violinística profissional e que me ensinou muito mais do que simplesmente tocar violino; estou com o outro prof. há um ano e pouco, aprendendo a vencer meus limites, nos últimos 3 anos estive em festivais internacionais onde tive aulas com professores renomados como: Mirian Fried, Paul Biss, Charles Stegemann, Jorge Risi, Marcello Guerchfeld, Alessandro Borgomanero e etc., conheci pessoas, toquei com a banda da Mercedes Sosa, toquei com cantores como Mônica Salmaso, Coqui Sosa, Cida Moreira, etc., já toquei 2 vezes com membros do ballet Bolshoi ... enfim, durante esses 5 anos incompletos, muitas coisas aconteceram. A caminhada de um músico é muito árdua, difícil, requer dedicação plena, insistência, paciência, sanidade ... mas cada pequena conquista é um marco enorme.

Peço desculpas a John Adams por optar por não ouvir uma interpretação do seu concerto para violino, mas eu prefiro ficar lembrando do Shostakovich de 2005 que foi o meu ponto de partida e também porque na época eu achei a Leila perfeita (eu tinha meses de estudo e, portanto minha percepção era outra) e vai que hoje eu não a acharia tão perfeita assim??

Lembranças ... o gostinho delas é muito bom, pra que mudar?? Fica pra próxima!