terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A Saga das Tentativas ...

Talvez seja o final do ano, talvez seja a proximidade do festival, talvez seja a chuva, talvez não seja nada!

Mas me lembrei de alguns episódios bem cômicos de pessoas que tentaram uma aproximação, uhm... digamos... mais "calorosa" com a minha pessoa. Só tentaram!!

Tem aqueles episódios básicos de pessoas bobinhas imaturas que nem vale a pena comentar. E tam os mais "marcantes", como alguns que contarei:

João*, 30 e muitos anos, não muito alto, não muito baixo, nem gordo, nem magro, mais para bonito do que para não-bonito.

Grupo de amigos, barzinhos, papo vai, papo vem... troca número de celular aqui, e-mail ali... Tempo passa e João começa a mandar e-mails quaaaase monossilábicos: "Oi, tudo bem? Como foi seu dia?"
"Oi, tudo bem? Já almoçou?" ...
Que chatinho bonitinho!! Às vezes respondo, às vezes não... Tento puxar assunto para algo mais consistente, tipo "Viu que Mahmud Ahmadinejad veio ao Brasil?" (e-mail)
- "Quem?" (resp)
- "O presidente do Irã!!!"(re:resp)
- "Vamos falar de outra coisa?"(re:re:resp)
- "Que coisa?"(re:re:re:resp)
-" Sei lá... pode ser sobre você!"(re:re:re:re:resp)
-"O que você quer saber sobre mim?"(re:re:re:re:resp)

Nessa época descobri o quão paciente eu sou, afinal esse lenga-lenga virtual durou um bom tempo.
Virtual porque pessoalmente a pessoa sequer conseguia passar do "oi, tudo bem?".
Dia seguinte após saída com amigos era 'batata'. E-mail logo cedo: "Ontem você nem me deu atenção!", "Ontem queria te falar tal coisa, mas não deu", "Ontem você nem se despediu de mim?", "Ontem...etc" ...
Depois de um tempo a coisa avançou (virtualmente!!!!) e ele passou a mandar mensagens mais elaboradas (POWER POINT... eu ODEIO POWER POINT!!!!!!!). Se dava ao trabalho de FAZER uma mensagem em .pps!
O que estava na cara, ficou mais explicito e eu resolvi dar um fora avisar com muita sutileza, em doses homeopáticas que não ia rolar nada além de amizade! Adiantou??
Um dos últimos .pps foi o ápice: flores, musiquinha, texto pra lá de insinuante ... convite para sair só os 2.
Não teve jeito... fui obrigada a responder da maneira mais sutil possível (sim! eu me preocupo com o bem-estar da outra pessoa ainda que queira matá-la!) que não ia rolar, que não estávamos na mesma sintonia, aquele lero-lero todo para dizer: "se liga, cai fora!!"
Ele entendeu? Não... ou melhor, entendeu e numa crise de auto-afirmação resolveu "livrar a dele" dizendo que a culpa era minha por não ter sido clara e etc!
Não ter sido clara? Ok!
Ótimo... a culpa era minha. Agora dá pra cair fora?

Uns 6 meses depois uma nova tentativa, um novo "cai fora sutil" e fim!
Com João fui tããão paciente que até consegui ignorar quando ele achou horrível um vídeo maravilhoso de um Capricho de Paganini que mandei para ele ver!!! Ele disse: "Credo, não gostei disso não! Você mandou para eu ver como esse cara não sabe tocar?"
Como ele não sabe a diferença entre um violino e um navio-pirata, concordei que era mesmo horrível!

JOÃO, #FAIL


Zézim, no máximo 20 anos, não sei era bonito, feio, alto, baixo... só sei que era O CHATO!

Festival. 15 dias. O tempo de Zézim era curto!

Abordagens constantes e master inconvenientes do tipo: 30 minutos para o início de um concerto em que eu tocaria. Tinha 5 minutos para comer + 5 para escovar os dentes e trocar de sapato, +5 para chegar no camarim e alguns segundos para afinar o violino com o pessoal antes de entrar.

O cara chega com câmera na mão: "eeiii... vou tirar uma foto sua jantando" ...
Meu sangue subiu? Não... entrou em erupção!! - Mas eu tenho paciência! Juro!!

- Agora não, Zézim! Estou mastigando!! Depois você tira, ok?

Outra vez, assistindo a um concerto, sinto a presença de alguém na poltrona de trás e antes que pudesse raciocinar um braço sutilmente me enforca abraça. Me livro do braço. "Oiii... você está assistindo esse concerto?" (-Não! Estou dançando tango!!)
- (não respondi)
- Vou assistir com você, tá?
- Uhum...
- O que você vai fazer depois do concerto?
- Dormir.
- Vamos em tal lugar?
- Hoje não! Preciso mesmo dormir!
- Você está gostando do concerto?
- Então... não sei. Queria ouvir para saber se vou gostar ou não!
- blá blá blá...
Desisto!
O ápice: Saindo do prédio com 2 amigos. Zézim sorrateiramente se aproxima:
- "Oiii... olha: eu tenho vale!"
- Vale???
- Sim... vale x-qualquer coisa! Quer ir comigo?
(Nessa altura do campeonato meus amigos saem correndo rampa abaixo e me largam. Tento seguí-los e me desvencilhar de Zézim. Não consigo nem uma coisa nem outra.)
Alguns segundos depois chego na saída e a amiga está contando o episódio para outros amigos que estavam lá fora: - "O cara tentando se dar bem ofereceu um vale x-qq-coisa, tem noção??"
Chego, pares de olhos esperando a confirmação da história. Confirmo, vamos jantar. Como lenha na fogueira, o assunto se espalha e passa rapidamente de mesa em mesa.

- "Ai, amiga! Se fosse um vale-ópera-de-Paris eu me jogava!"
- Se fosse um vale-tour-pela-Europa, eu aceitava sem pensar.
- Se fosse um vale-Stradivarius, um vale-etc-etc-etc ...
O assunto corre.
Último dia. Antes do concerto de encerramento uma colega me fala: "Você soube DA história do festival?"
- Que história?
- Um cara do trompete que me contou.
-??
- Um carinha que quis tentar se dar bem com uma menina e ofereceu um vale x-lanche pra ela, acredita??
- Sim! Eu sou a menina!!

ZÉZIM, #FAIL

Tony, 20 e poucos anos, certinho, sério, não lembro bem da aparência física, devo ter visto só uma vez.

Amigos em comum. Descubro que um deles passou o número do meu celular e meu MSN.
Óbvio que começa pelo MSN. Conversa flui até que bem. Pergunta se pode me ligar. Autorizo.
Passam uns 5 minutos, Tony fica offline no MSN. Mais uns 5 minutos. Cel. toca ...

Blá, blá, blá... até que o danado sabe conduzir a conversa!! Fala de coisas que gosta antes de me perguntar e assim vai. Estou quase querendo prestar a atenção na conversa até que uns 15 minutos depois surge o assunto fatal: "violino".
- Você é violinista????
- Sim. Porque?
- Mas não faz outra coisa? (Alerta vermelho, alerta vermelho...)

Ele, danadinho, percebe que esse assunto não funcionou e muda rapidamente o tema!
Mas eu fico com a "pulga atrás da orelha".

O ápice: Alguns dias, algumas poucas conversas sem sentido via MSN e ele liga novamente. Papo vai, papo vem... até que ele diz com quase todas as letras que mulher dele não poderia ser violinista, que isso não era profissão, onde já se viu a mulher sair "por aí" para tocar em público?? Que eu deveria escolher entre ele e o violino.

(Ri horrores!)

"- Amiguinho! Quem pegou meu número? Quem me ligou? Quem se interessou? Aliás, temos alguma coisa? Porque eu não me lembro de alguma vez ter saído com você.
Jura que você tem dúvidas se vou escolher entre v-o-c-ê e meu violino?? Faz-me rir"

TONY, #FAIL


É ... a vida é realmente cruel, mas não ao ponto de não podermos rir de histórias como essas!!!

Para preservar a integridade física e mental de meus amados amigos é óbvio que os nomes foram trocados!!!

Um comentário:

Unknown disse...

quase me mijei de rir do vale-stradivarius!
hahahahhaahhahaha
po mo, mas EU nao fiquei sabendo dessa história!
ou talvez tenha ouvido em espanhol... não me lembro
hahahahhahahahaha

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