quinta-feira, 13 de maio de 2010

Há um ano ... uma longa caminhada!

Eu já falei em algum lugar que o ano de 2009 foi meio turbulento. Perdas, notícias ruins, coisas que não sairam como o planejado, etc.

Mas no período específico da segunda quinzena de abril com a primeira de maio foram os dias de maior turbulência.

Meu pai sofreu um acidente no trabalho. Ele ligou pedindo socorro. Não achei que pudesse ser alguma coisa, embora dentro de mim eu sabia que meu pai NUNCA pediria socorro se não fosse algo realmente grave. Era grave.
Havia prensado a mão numa máquina. Lembro da cena como se fosse hoje. Ele estava todo ensagüentado. Corre para o hospital. Foi internado direto e teve que fazer cirurgia de emergência. Na hora foi até difícil assimilar porque sempre está tudo bem com meu pai! Ele nunca tinha estado num centro cirúrgico. 15 dias depois (12/05/09) o médico disse que uma segunda cirurgia seria necessária. A cirurgia foi no dia 13/05/09. Foram mais de 100 pontos na mão.

Nesse mesmo dia recebi um telefonema dizendo que uma grande amiga - Bia - havia sido atropelada, mas ninguém sabia exatamente a gravidade. Eu não acreditei e ainda comentei que não devia ter sido nada de mais e que tudo ficaria bem. No dia seguinte (13/05/09) comecei a ouvir as notícias no rádio, ler nos jornais - como pode ser lido aqui. Era grave.

Nesse mesmo dia - 13/05 - seria minha aula experimental com o novo professor de violino. Meu pai estava no hospital, comentei que achava melhor desmarcar. Ele disse que não porque coisas sempre acontecem e não podem impedir de darmos sequência aos nossos planos.
Fui pra aula. Na Sala SP. Nesse dia aprendi a separar as coisas. Enquanto estive na aula não lembrei que havia um mundo me esperando do lado de fora.

Saí de lá e fui para o Hospital onde a Bia estava internada. Estava na UTI. Não consegui vê-la, mas fiquei um pouco lá com os amigos e familiares. A situação era muito grave. Ela chegou quase morta no hospital. Era cedo para saber o que aconteceria depois.

De lá fui para o hospital onde meu pai estava. Nesse período da internação dele descobri passagens secretas e aprendi como burlar os segurança para que pudesse ficar lá além do horário de visitas.

Chegando em casa descobri que tinha,sim, fé dentro de mim. Fé em Deus. Fé na vida.

O tempo passou. Meu pai passou meses imobilizado. Depois um longo período fazendo fisioterapia e etc. Hoje segue com a rotina normal.

A Bia segue vencendo desafios a cada dia. A primeira vez que a vi, em coma vigil, chorei. E me perguntava: porque ela? Acredito que TODOS que a conhecem fizeram essa mesma pergunta. Nunca conheci alguém como ela e continuo não conhecendo!
Ela tem sido um pequeno milagre dia após dia. Tenho certeza que um dia o acidente do Parque do Ibirapuera terá sido apenas uma lembrança do passado!

Nesse um ano aprendi que heróis são de carne e osso. Aprendi que perdas não nos fazem morrer. Aprendi que saudades não diminui, apenas aprendemos a conviver com ela. Aprendi que a força interior existe mesmo, só não sabemos como usá-la! Aprendi que somos capazes de nos dividirmos em vários para seguir a vida. Aprendi que fé e esperança é o que nos mantém vivos!!

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